Quanto vale uma lágrima? Ou um abraço? E um sorriso que consola, quando perdemos o passo ? E quando o coração dói e a alma se contrai, haverá um gesto, uma palavra, que diga que um dia melhor virá ? E os sons que nos envolvem, nos amansam, nos comovem ? As cores espalhadas na tela, em pinturas insondáveis As formas, os movimentos, a poesia do momento em que um filho abraça o pai ? E como diria o poeta das mil vozes, das mil vidas, O valor é sempre o mesmo, vem da alma e nunca é menos
Foi apenas o silêncio, Puro, introvertido, despojado A ocupar o espaço e a mente E a me devolver a vida, No tempo em que perdi as voltas À procura da razão de mim Tempo a querer domar a eternidade Sem perder o fogo e o espírito, De poder ser, de estar, Quando inquieta à espera do devir O caos se me colava às veias E eu não sabia já como existir. Era tempo de crisântemos …
Sinto-lhe às vezes o sopro suave, De quem vem sorrateira para espiar Se a ocasião é a mais certa ou Qual a maneira correcta de actuar E até lhe noto o odor, bem peculiar, Uma mistura de incenso com jasmim Que entontece e quase faz desmaiar E é o aviso perfeito para fugir, Ou ficar quieta como estátua À espera que não me veja a sombra E me deixe mais tempo para escapar Porque tão perfeita a vida é, só por si E tão bela de sentir e desfrutar Que nem o último beijo quero sentir Porque me pode impedir o respirar Apenas o chamamento, se divino Quando for hora do espelho se quebrar
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