Lilases

Já não há dedos ansiosos, Olhares atentos, cúmplices, Abraço, cheiro da pele, Urgência faminta do corpo, Gritos abafados, murmúrios, Risos, lágrimas E conversas descuidadas Já não vejo o jarro azul, Meio de água A escorrer no tapete desmaiado E a tal canção francesa A insinuar-se entre os lençóis, Adereço essencial de cena De amores (des)encontrados …E os lilases continuam mortos