A perda


Todos os dias a perda é navio
Que arrasa as vagas e as supera,
À procura do porto inexistente
E da baía onde a dor se acalma
Onde a ferida se esquece da origem,
As lágrimas secam na nascente,
Já esgotada, e a mágoa amansa,
Impedida de passar a margem
E mais um dia, um mês, um ano
O tempo nada cura, é um engano,
Porque a dor é galope em desatino
De cavalo doido, a correr sem freio,
Depois de dócil ter andado à rédea,
Esquecido do odor do desafio,
Da dor da espora, da espera

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